Violência doméstica
Opinião » 2019-12-20 » Ana Lúcia Cláudio"A violência contra as mulheres é um obstáculo para atingir a igualdade, o desenvolvimento, a paz e o cumprimento dos direitos humanos"
“A violência contra as mulheres é um obstáculo para atingir a igualdade, o desenvolvimento, a paz e o cumprimento dos direitos humanos de mulheres e meninas”, foram as palavras de Amina Mohammed, vice-presidente geral da ONU no último dia 25 de novembro, Dia Internacional pela eliminação da violência contra as mulheres.
Nesse mesmo dia, o governo português lançou uma campanha contra a violência doméstica que deixa às vítimas a mensagem de que existem alternativas a um flagelo que não tem de ser visto como uma fatalidade. Essas alternativas passam pelas respostas de protecção que constituem a rede nacional de apoio às vítimas de violência doméstica, gerida pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), e composta actualmente por 166 estruturas de atendimento, 26 locais de acolhimento de emergência e 40 casas abrigo, cobrindo mais de 70% do território nacional, envolvendo 218 municípios.
Os locais de acolhimento de emergência e as casas abrigo são recursos temporários muito importantes porque, dizem as estatísticas, se atendermos ao local onde foram praticados os crimes, verificamos que “a casa” continua a ser o local mais perigoso para as mulheres.
Mas e depois? Depois, é necessário promover todo um processo de reorganização de vida e de autonomização, que passa por alojamento numa casa, através da disponibilização de habitação social ou apoio ao arrendamento.
Para o efeito, em fevereiro deste ano, foi assinado um protocolo de cooperação entre a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e a CIG, que prevê que os municípios aderentes se envolvam activamente na implementação de uma política pública de habitação com expressão local e incluam as vítimas de violência doméstica nas suas prioridades da atribuição de fogos de habitação social e da disponibilização de outros fogos que detenham no seu património, para arrendamento a baixo custo.
O município de Torres Novas também já aderiu, em julho último, a este protocolo, disponibilizando-se assim a fornecer às vítimas do concelho soluções habitacionais na comunidade.
O ano que agora finda foi mais um ano negro no que a esta matéria respeita. 28 mulheres mortas em contexto de violência doméstica. Três mulheres por mês.
E nunca como agora tivemos tantos meios ao dispor para fazer face a este flagelo e uma sociedade tão alerta para encontrar saídas para as vítimas e punições para os agressores.
Falta, contudo, o principal. Falta o que não se implementa por decreto. Falta o que punição nenhuma mudará de um dia para o outro. Falta o que demorará décadas a alterar, na escola e em casa de cada um: as mentalidades, a educação. É responsabilidade de todos, e cada um de nós, dar o exemplo para que os nossos filhos percebam que, acima de qualquer coisa, deve estar o respeito pelo outro e por uma vida com dignidade e liberdade. E que interiorizem que nenhum tipo de violência seja ela física, psicológica, sexual ou financeira, pode ser tolerada.
Violência doméstica
Opinião » 2019-12-20 » Ana Lúcia CláudioA violência contra as mulheres é um obstáculo para atingir a igualdade, o desenvolvimento, a paz e o cumprimento dos direitos humanos
“A violência contra as mulheres é um obstáculo para atingir a igualdade, o desenvolvimento, a paz e o cumprimento dos direitos humanos de mulheres e meninas”, foram as palavras de Amina Mohammed, vice-presidente geral da ONU no último dia 25 de novembro, Dia Internacional pela eliminação da violência contra as mulheres.
Nesse mesmo dia, o governo português lançou uma campanha contra a violência doméstica que deixa às vítimas a mensagem de que existem alternativas a um flagelo que não tem de ser visto como uma fatalidade. Essas alternativas passam pelas respostas de protecção que constituem a rede nacional de apoio às vítimas de violência doméstica, gerida pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), e composta actualmente por 166 estruturas de atendimento, 26 locais de acolhimento de emergência e 40 casas abrigo, cobrindo mais de 70% do território nacional, envolvendo 218 municípios.
Os locais de acolhimento de emergência e as casas abrigo são recursos temporários muito importantes porque, dizem as estatísticas, se atendermos ao local onde foram praticados os crimes, verificamos que “a casa” continua a ser o local mais perigoso para as mulheres.
Mas e depois? Depois, é necessário promover todo um processo de reorganização de vida e de autonomização, que passa por alojamento numa casa, através da disponibilização de habitação social ou apoio ao arrendamento.
Para o efeito, em fevereiro deste ano, foi assinado um protocolo de cooperação entre a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e a CIG, que prevê que os municípios aderentes se envolvam activamente na implementação de uma política pública de habitação com expressão local e incluam as vítimas de violência doméstica nas suas prioridades da atribuição de fogos de habitação social e da disponibilização de outros fogos que detenham no seu património, para arrendamento a baixo custo.
O município de Torres Novas também já aderiu, em julho último, a este protocolo, disponibilizando-se assim a fornecer às vítimas do concelho soluções habitacionais na comunidade.
O ano que agora finda foi mais um ano negro no que a esta matéria respeita. 28 mulheres mortas em contexto de violência doméstica. Três mulheres por mês.
E nunca como agora tivemos tantos meios ao dispor para fazer face a este flagelo e uma sociedade tão alerta para encontrar saídas para as vítimas e punições para os agressores.
Falta, contudo, o principal. Falta o que não se implementa por decreto. Falta o que punição nenhuma mudará de um dia para o outro. Falta o que demorará décadas a alterar, na escola e em casa de cada um: as mentalidades, a educação. É responsabilidade de todos, e cada um de nós, dar o exemplo para que os nossos filhos percebam que, acima de qualquer coisa, deve estar o respeito pelo outro e por uma vida com dignidade e liberdade. E que interiorizem que nenhum tipo de violência seja ela física, psicológica, sexual ou financeira, pode ser tolerada.
O miúdo vai à frente » 2024-04-25 » Hélder Dias |
Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia » 2024-04-24 » Jorge Carreira Maia A publicação do livro Identidade e Família – Entre a Consistência da Tradição e os Desafios da Modernidade, apresentado por Passos Coelho, gerou uma inusitada efervescência, o que foi uma vitória para os organizadores desta obra colectiva. |
Caminho de Abril - maria augusta torcato » 2024-04-22 » Maria Augusta Torcato Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável. |
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
» 2024-04-22
» Maria Augusta Torcato
Caminho de Abril - maria augusta torcato |
» 2024-04-24
» Jorge Carreira Maia
Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia |
» 2024-04-25
» Hélder Dias
O miúdo vai à frente |