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Rejuvenescimento político - anabela santos

Opinião  »  2021-04-10  »  AnabelaSantos

"Na verdade, o que acontece é que os eleitores estão descontentes e distanciam-se, cada vez mais, dos partidos políticos."

Hoje, como acontece diariamente, no caminho de casa até à escola, lá se deu o habitual encontro matinal entre mim e o Ananias, o meu amigo ardina. Trocámos algumas palavras, comprei o jornal e seguimos por caminhos opostos que nos levam à nossa missão do dia, o trabalho. Ananias continua pelas ruas de Díli a vender jornais e eu sigo para a Escola Portuguesa para mais um dia de aulas. Mas, antes de começar a minha tarefa, vou buscar o café e sento-me a ler as notícias que marcam o dia.

O título em destaque na primeira página do “Diário“ é “Renovasaum no Rejuvenesia iha FRETILIN inevitável“, palavras proferidas por José Ramos Horta. Apesar de não entender tudo o que leio em tetum, língua oficial de Timor, consigo compreender perfeitamente o título e a opinião do ex-Presidente da República que fala sobre o futuro da FRETILIN.

O líder (em Timor, Xanana Gusmão e Ramos Horta são os eternos líderes) apela ao inevitável rejuvenescimento do partido - “Os “Katuas “ têm de seguir o seu caminho e dar oportunidade à nova geração. É um processo normal – diz o Nobel da Paz. Encoraja, ainda, os actuais líderes políticos a dar formação técnica, profissional, política e de liderança aos jovens.

Ora, tanto o título como a leitura da notícia, fizeram com que o meu pensamento voasse, de imediato, para Torres Novas e outros concelhos onde, com a aproximação das eleições, têm sido anunciados, pela comissão política dos respetivos partidos, os candidatos autárquicos, como é natural e necessário no período pré-eleitoral. Até aqui tudo normal. E também é muito normal surgirem os elogios, os votos de confiança e as habituais críticas às candidaturas apresentadas. Umas críticas com fundamento, outras sem. Depende da opinião de cada um.

Tendo em conta os comentários menos positivos, noto que quando se trata da apresentação de um novo candidato, novo na idade e novo nas andanças autárquicas, algumas das críticas, na minha opinião, são despojadas de qualquer sentido. Leio: “És muito novo, já foste!“; “Não tens bases para aguentar o cargo” ou “As ideias até são boas, mas não tens experiência autárquica“. Ou seja, o que está a ser avaliado é a idade do candidato e não o seu empenho ou competência. E isto passa-se em várias zonas do país e em qualquer quadrante político.

Na opinião dessas pessoas os jovens só pela condição de serem jovens são incapazes, são inexperientes e não trarão nada de novo ou benéfico ao seu partido, ao concelho, ao país ou ao mundo. Não são avaliados pelas ideias e pelo projeto que apresentam, mas, sim, pela sua data de nascimento. Incompreensível!

Mas, também, não posso deixar de referir que os “desgraçados“ são criticados por ser e por não ser, pois quando aparece a candidatura de alguém com mais idade ou que ocupa o cargo há vários anos, os tais miúdos com pouca idade e pouca experiência são acusados de se demitirem de qualquer responsabilidade política, o que leva a um envelhecimento dos partidos políticos fazendo, assim, com que sejam sempre os mesmos a aparecer. Ou seja, há por um lado, dificuldade em valorizar e incentivar a participação ativa de um jovem na sua comunidade, mas, por outro lado, há a facilidade de os criticar porque não participam na vida política e associativa.

Na verdade, o que acontece é que os eleitores estão descontentes e distanciam-se, cada vez mais, dos partidos políticos. Então talvez seja mesmo necessário e inevitável o tal rejuvenescimento político de que fala Ramos, dando valor aos jovens que se preocupam em ter formação política, que trazem ideias novas, que se interessam e empenham, que são activos na comunidade em que vivem e mostram um programa que visa uma melhor qualidade de vida no seu concelho. Isto em Torres Novas ou em qualquer canto do país e do mundo.

Ao mesmo tempo, deve-se respeitar, aceitar e agradecer o contributo, a ajuda, a experiência, a opinião e os conselhos de quem já muito dedicou ao seu partido, à sua terra e ao seu país. Não se deve desprezar a história nem valores humanos incalculáveis. No entanto, é importante valorizar o presente e o futuro sabendo que  são os jovens que fazem e farão parte deles.

 

 

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