A equipa sénior vai disputar a segunda divisão distrital, mas a parceria criada com a Helpshine e com vários clubes, como o Vitória de Setúbal, permite-nos traçar como objectivo a subida à primeira divisão distrital. Quer queiramos ou não, essa divisão dá outro estatuto aos clubes e aos jogadores e, quem disputar esse escalão, habilita-se a subir a um campeonato nacional. Estamos a preparar a equipa para subir de divisão. O objectivo principal não é ser campeão, mas sim ficar num dos três primeiros lugares que dão acesso à 1.ª distrital

A intenção de subir de divisão é já para a próxima temporada?

Sim. Pretendemos atingir esse objectivo quanto antes.

A equipa técnica continua a ser liderada pelo Bruno Pereira?

Sim, é o Bruno Pereira, que terá como adjuntos o Luís Pinto e o Lula. Quem estará responsável pelo departamento sénior é o António Manuel Riachos, mais uma pessoa da direcção.

O que pode dizer em relação à equipa que está a ser preparada?

Pelo que me apercebo, vamos ter um grupo de trabalho muito bom. Há uns 15 jogadores que ficam da temporada anterior. Dos que terminaram a época, todos foram convidados a continuar no clube. Penso que o Leandro Maia pode estar de saída para o Fazendense, mas temos as portas abertas para o caso de não se dar bem.

Como é que o clube se propõe a dar este passo tendo em conta que, suponho, que não vai pagar aos jogadores?

De facto, não pagamos a atletas nem a treinadores. A única coisa que damos é alguma coisa para o combustível, para os jogadores não virem jogar a ”custo menos zero”. Para já, o clube não tem hipóteses financeiras para pagar a jogadores. Vamos ver se há a possibilidade de pagar um prémio de jogo, por objectivos. Há essa perspectiva.

Então qual é o grande argumento para cativar atletas de qualidade, que possam garantir a prossecução dos objectivos definidos pela direcção?

O argumento é o projecto. Os atletas que jogarem neste clube vão ter a possibilidade de ser mais visionados por técnicos de outros clubes, mais credenciados, como por exemplo do Vitória de Setúbal. Resumidamente é isso, um incentivo para os jogadores. O projecto foi-lhes apresentado de forma séria e frontal.

Este é o primeiro ano da nova fase do FC Goleganense?

Sim, o ano 2014/2015 vai ser o ano zero. O acordo com o Setúbal foi firmado em Maio. Ainda não está escrito mas as coisas estão no bom caminho. E não foi assinado propositadamente para se perceber de que forma as relações se iriam desenrolar, entre nós, Setúbal, Pinhalnovense, Sertanense, Riachense, a Hummel e o grupo Helpshine.

Em relação às camadas jovens, o que está previsto?

Estamos a trabalhar para ter escolinhas, infantis, iniciados e juvenis. A equipa de juvenis é praticamente a do ano passado. Só não está perspectivada a formação de uma equipa de juniores. Há miúdos de vários clubes que estão a demonstrar interesse em jogar no Goleganense. Vamos ter um director técnico que esteve no Benfica, o André Paula, que vai ser o coordenador técnico do clube.

Isso significa o quê?

A ideia é fazer com que as equipas tenham uma forma de jogar idêntica. Sei que isso é difícil de implantar, mesmo nos grandes clubes. Depende muito da qualidade dos jogadores, mas queremos tentar implementar este sistema para que os jogadores, quando chegarem a seniores, saberem bem o que têm de fazer dentro do campo.

Estão reunidas as condições para formar equipas jovens competitivas?

A nossa primeira vertente é a formação. A partir daqui, se pudermos aliar a formação à competição, tanto melhor. Vamos tentar que nesta temporada as coisas funcionem bem para no futuro termos mais capacidade para angariar atletas de qualidade.

O estádio municipal chega para esse trabalho todo?

Vão ter se ser instituídos horários rígidos nos treinos para que os objectivos se cumpram. No futebol de sete é fácil conciliar, a partir dos iniciados vai ser mais complicado. Vamos tentar que os iniciados e juvenis tenham pelo menos, uma vez por semana, o campo inteiro, nem que seja 45 minutos. Penso que vai ser possível.

A Hummel vai patrocinar os equipamentos do FCG?

A Hummel é um dos parceiros que está por detrás do projecto. Uma das nossas ambições é permitir que as equipas sejam equipadas condignamente. Pretendemos que os nossos jogadores, joguem fora ou em casa, se distingam e se perceba que está ali uma equipa de futebol. Para já, vamos aproveitar a maior parte dos equipamentos que temos, principalmente para os treinos, e para os jogos vamos integrando os equipamentos da Hummel nos vários escalões. Não vai ser possível fazer tudo ao mesmo tempo.

Academia de guarda-redes foi de férias e regressa em Setembro

A Academia de Guarda-redes Manuel Bento está a funcionar na Golegã desde Maio e entrou esta semana de férias, regressando em Setembro. Marco Tábuas, ex-guarda-redes do Vit. Setúbal (actual treinador do Gouveia), é um dos mentores do projecto, que já tem dado alguma polémica. A frequência na academia é da inteira responsabilidade dos atletas e dos seus pais, mas há clubes que não terão gostado ver jogadores seus a trabalhar neste projecto. Os dirigentes do FCG e treinadores da academia sublinham que esta organização funciona à margem do clube.

Há um outro projecto em vigor, a Academia de Guarda-Redes Manuel Bento...

É um projecto que está a funcionar através do FC Goleganense, mas é um trabalho que está a ser feito à parte. Uma das pessoas que está envolvida nele é o Marco Tábuas, guarda-redes que jogou na primeira liga de futebol, no Vitória de Setúbal. Com mais três guarda-redes, que cativou, faz os treinos às segundas e quartas-feiras, no estádio municipal, treinos que são abertos a todos os guarda-redes de clubes da região.

Então podem trabalhar nesta academia guarda-redes de outros clubes?

Sim, absolutamente. A academia começou a trabalhar em Maio e temos mais de 15 guarda-redes das camadas jovens a trabalhar neste projecto. Quando estiver a funcionar em pleno, estou convencido de que virão jogadores de outros escalões etários, até mesmo de equipas seniores, com o objectivo se aperfeiçoarem as suas capacidades.

Esta academia aparece um pouco na lógica da falta de condições de treino para os guarda-redes na maioria dos clubes?

Eu também fui guarda-redes e sei que, geralmente, no treino, o guarda-redes é colocado de parte. Vai para uma baliza, onde há alguém a fazer uns remates… queremos profissionalizar mais essa componente e dar aos guarda-redes um outro conhecimento, trabalhando com pessoas credenciadas.

E há clubes que já demonstraram interesse?

Sim, ainda não há nada de concreto, mas já fomos abordados. Não vou dizer quais. Posso dizer que há guarda-redes de equipas seniores que estão em vir, um pouco provocados pelo treinador do Riachense, que está a divulgar muito bem a academia. Nós sozinhos não conseguimos tudo, os dirigentes e treinadores de outros clubes têm um papel muito importante na divulgação desta academia.